O vice-prefeito de Ananindeua, Hugo Atayde, enfrenta graves acusações de tortura e associação criminosa com milicianos, conforme denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA). A Ação Penal, que tramita no Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), está relacionada ao assassinato de Matheus Gomes Silva, de 23 anos, ocorrido em fevereiro de 2019, por um suposto grupo de extermínio ligado a policiais militares.
As investigações revelam que, após um furto na residência de Atayde, ele teria ameaçado uma adolescente com uma arma e a levado a uma delegacia, onde encontrou o contato de Matheus, ex-namorado da jovem. O MPPA alega que Matheus foi torturado para confessar o furto, mas a prisão foi considerada ilegal pelo juiz, resultando na liberação do rapaz. Pouco tempo depois, Matheus foi assassinado em sua casa, em um crime que apresenta características de execução.
Embora Atayde tenha sido inicialmente denunciado como mandante do homicídio, o Tribunal do Júri rejeitou a acusação de homicídio em junho de 2021, mas encaminhou os crimes de tortura e associação à milícia para uma Vara Criminal. O processo, no entanto, está paralisado há três anos, com três promotores se declarando impedidos de atuar. Recentemente, Atayde solicitou o arquivamento do caso, alegando falta de provas.
A relação próxima entre Atayde e o atual prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, que presidia a Assembleia Legislativa do Pará na época dos crimes, levanta questões sobre a influência política no caso. A revista Veja destaca que, apesar das acusações, Daniel não é mencionado na Ação Penal, embora dois policiais militares envolvidos no crime estivessem ligados ao seu gabinete.