Neiyerver Adrián Leon Rengel, um venezuelano de 27 anos, protocolou na quinta-feira (24 de julho de 2025) um processo contra o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) devido à sua detenção e subsequente deportação para El Salvador. O ex-barbeiro do Texas busca uma indenização de US$ 1,3 milhão, alegando ter sofrido maus-tratos durante os quatro meses em que esteve detido no Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot).
A queixa apresentada por Rengel é a primeira etapa legal necessária antes de uma possível ação na Justiça federal americana. Segundo o jornal The New York Times, essa é a primeira reclamação registrada entre os 252 venezuelanos deportados para El Salvador em março deste ano. Rengel foi preso em 13 de março, dia de seu aniversário, em Irving, Texas, por agentes federais que alegaram que suas tatuagens indicavam uma suposta ligação com a gangue Tren de Aragua, o que ele nega.
Após sua deportação, a família de Rengel enfrentou dificuldades para localizá-lo, uma vez que seu número de identificação desapareceu do sistema de rastreamento de detentos de imigração. As autoridades utilizaram a Lei de Inimigos Estrangeiros para justificar a detenção e remoção de Rengel e outros venezuelanos, em uma ação que faz parte das políticas de deportação em massa do governo do ex-presidente Donald Trump.
Rengel, que entrou nos EUA em junho de 2023 e aguardava a análise de seu Status de Proteção Temporária, descreveu as condições no Cecot como desumanas, com celas superlotadas e falta de acesso a medicamentos e comunicação com o exterior. Libertado recentemente em uma troca de prisioneiros, ele agora reside no estado de Miranda, na Venezuela, com sua filha Isabela e afirmou que não tem planos de retornar aos Estados Unidos.