Produtos brasileiros começaram a ser taxados ao entrarem na Venezuela, surpreendendo exportadores, especialmente no estado de Roraima, que tem forte dependência do comércio transfronteiriço. A medida, que contraria o Acordo de Complementação Econômica nº 69, firmado entre Brasil e Venezuela em 2014, proíbe esse tipo de tarifação. A situação foi denunciada pela Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), que relatou que os certificados de origem brasileira não estão sendo reconhecidos pelas autoridades venezuelanas, resultando em taxas indevidas sobre produtos que deveriam estar isentos.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que já está acompanhando o impasse, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. A Embaixada do Brasil em Caracas iniciou diálogos com representantes venezuelanos para entender os motivos da nova medida, que até o momento não foi comunicada oficialmente ao governo brasileiro.
Roraima é o estado mais impactado pela mudança, uma vez que a Venezuela é seu principal parceiro comercial. Em 2024, o comércio entre os dois países movimentou US$ 1,6 bilhão, sendo US$ 1,2 bilhão em exportações brasileiras, que incluem produtos como açúcar, milho e alimentos processados. A Fier está realizando apurações internas e mantendo contato com autoridades de ambos os lados da fronteira para tentar garantir o restabelecimento das regras previstas no acordo bilateral.