Exportadores brasileiros foram surpreendidos pela imposição de uma nova taxa de importação pela Venezuela, que até então isentava produtos do Brasil. A medida, que começou a valer em 18 de julho, impacta especialmente empresas de Roraima, que direciona 70% de suas exportações para o país vizinho, conforme informações da Câmara Venezuelana Brasileira de Comércio e Indústria de Roraima.
O Brasil possui um acordo bilateral com a Venezuela que isenta a cobrança de impostos sobre produtos com certificado de origem. No entanto, com a nova taxa, produtos como açúcar e margarina passaram a ser taxados em 40%, enquanto a farinha de trigo enfrenta uma alíquota de 20%. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil está monitorando a situação e busca esclarecimentos junto às autoridades venezuelanas para garantir a normalização do comércio bilateral, conforme estipulado no Acordo de Complementação Econômica nº 69.
Eduardo Oestreicher, presidente da entidade empresarial, destacou o impacto negativo da nova taxação, que pode levar empresas venezuelanas a buscar alternativas em mercados mais competitivos, como Colômbia e México. Em 2024, o comércio entre Brasil e Venezuela alcançou US$ 1,6 bilhão, com US$ 1,2 bilhão em exportações brasileiras, representando 0,4% do total exportado pelo país.
A Federação das Indústrias de Roraima já iniciou investigações sobre a situação e está em contato com autoridades de ambos os países para buscar soluções. O governo estadual também expressou preocupação com a elevação da alíquota, enfatizando que a Venezuela é o principal parceiro comercial de Roraima, e qualquer encarecimento dos produtos brasileiros pode afetar significativamente a competitividade no mercado venezuelano.