O volume de vendas do varejo brasileiro registrou uma queda de 0,5% no primeiro semestre de 2023 em comparação ao segundo semestre de 2022, conforme dados do Índice de Varejo Stone (IVS) divulgados nesta quinta-feira (10). A pesquisa revelou que, em junho, houve uma retração de 4,2% em relação a maio e de 4,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. O comércio digital foi o mais impactado, com uma queda de 4,5%, enquanto o varejo físico apresentou uma redução de 3,4%. No acumulado anual, as quedas foram de 10,6% e 4%, respectivamente.
A desaceleração nas vendas reflete um cenário econômico desafiador, exacerbado por uma política monetária restritiva que mantém a taxa básica de juros em 15%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 5,32%, o que tem reduzido o poder aquisitivo das famílias e dificultado o acesso ao crédito. Segundo Guilherme Freitas, economista da Stone, apesar da queda na taxa de desemprego e da criação de empregos formais, o comprometimento da renda com dívidas tem pressionado o consumo das famílias e impactado diretamente o varejo.
Os segmentos mais afetados incluem Hipermercados, Supermercados e Produtos Alimentícios, que sofreram uma queda de 3,7%, e Móveis e Eletrodomésticos, que recuaram 3,9%. Entre os setores que mais sentiram a desaceleração estão Móveis e Eletrodomésticos, com uma queda de 6,4%, seguido por Material de Construção (6,3%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (4,3%). Em contraste, os estados que apresentaram os maiores avanços no varejo foram Amapá (4,5%), Tocantins (3,8%) e Roraima (3,7%).