O comércio físico brasileiro enfrentou uma queda nas vendas em junho de 2025, com um recuo de 1,4% no faturamento em comparação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do Índice de Performance do Varejo (IPV) da consultoria HiPartners. O fluxo de consumidores também apresentou uma diminuição significativa, com uma queda superior a 10% em lojas de rua e shoppings. A sócia da HiPartners, Flávia Pini, destacou que o mês foi marcado por um desempenho abaixo das expectativas, contrastando com o crescimento observado em maio, impulsionado pelo Dia das Mães.
As lojas de rua registraram uma queda de 1,93% em receita, enquanto os shoppings tiveram uma retração de 0,29%. A ausência de datas promocionais relevantes, a alta taxa de juros e o elevado endividamento das famílias foram apontados como fatores que restringem o consumo. Apesar do desempenho negativo em nível nacional, algumas regiões, como o Nordeste e o Centro-Oeste, apresentaram crescimento no faturamento, com altas de 4,11% e 1,47%, respectivamente.
Em contraste, o Sudeste e o Sul, que concentram uma parte significativa do consumo no Brasil, mostraram retrações mais acentuadas, com o Sudeste caindo 2,68% em faturamento e 6,4% em fluxo de clientes, enquanto o Sul teve recuos de 3,52% e 21,2%. Apesar da queda no volume de vendas, o ticket médio subiu 5,3%, indicando um comportamento de consumo mais seletivo, especialmente em lojas de shopping. O cenário atual sugere uma priorização de compras de itens duráveis e essenciais, com expectativa de recuperação gradual no segundo semestre, especialmente em agosto, com o Dia dos Pais.