Mais de 11 milhões de brasileiros tiveram seus dados pessoais expostos em um ataque ao Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (Sisbajud), ferramenta utilizada por juízes para acessar informações financeiras de devedores. O incidente ocorreu entre os dias 20 e 21 de julho e foi divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na noite de quarta-feira (23). Os dados vazados incluem nomes, chaves Pix, informações bancárias e números de contas, considerados cadastrais, mas que podem ser explorados por criminosos.
Embora o CNJ e o Banco Central tenham afirmado que não houve exposição de dados sensíveis, como senhas ou saldos financeiros, especialistas alertam para os riscos associados ao vazamento. Fábio Lobato, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), destaca que o maior perigo reside na utilização desses dados por golpistas, que podem aplicar fraudes por meio de engenharia social, enganando as vítimas com informações que parecem legítimas.
Lobato ressalta que a combinação de dados de diferentes vazamentos permite que os criminosos criem perfis detalhados das vítimas, aumentando a eficácia de suas abordagens fraudulentas. Ele enfatiza a importância do letramento digital, especialmente entre idosos e pessoas com menos familiaridade com tecnologia, para prevenir golpes. Para mitigar riscos, o professor recomenda cautela ao utilizar aplicativos de mensagem e redes sociais, sugerindo que os usuários verifiquem a autenticidade de contatos antes de realizar qualquer transação financeira.