Nos últimos anos, vaqueiros do Nordeste têm se transformado em influenciadores de apostas esportivas, impulsionados por patrocínios de casas de apostas como Betvip, Pixbet e Betesporte. Esses profissionais, que tradicionalmente participavam de vaquejadas, agora promovem as marcas em suas redes sociais, utilizando links personalizados que direcionam seguidores para sites de apostas. A mudança de foco tem sido notável, com vaqueiros como Nathan Queiroz, conhecido como Capa Loka, acumulando 2,1 milhões de seguidores no Instagram e frequentemente exibindo as marcas que os patrocinam.
O cantor Wesley Safadão também se juntou a essa tendência, mencionando uma casa de apostas em seu álbum lançado em junho. A presença das apostas no universo das vaquejadas é tão significativa que eventos e campeonatos passaram a receber apoio financeiro das bets, contribuindo para a popularização de um novo formato de competição, o X1 Vaquejada, onde dois vaqueiros competem diretamente para derrubar bois.
Leonardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq), reconhece o impacto econômico positivo das apostas no esporte, mas expressa preocupação com a possibilidade de manipulação de resultados, especialmente por parte dos juízes. Apesar da regulamentação que reconhece a vaquejada como manifestação cultural e modalidade esportiva, a associação ainda enfrenta desafios para garantir a integridade das competições.
A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda ressalta que a formalização da vaquejada como esporte equestre ajuda a mitigar os riscos associados a apostas em sites ilegais. Com a crescente popularidade das apostas, a vaquejada no Nordeste passa por uma transformação que pode redefinir sua prática e cultura nos próximos anos.