Pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP desenvolveram uma nova vacina contra o zika vírus que demonstrou segurança e eficácia em testes realizados com camundongos. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica 'NPJ Vaccines' e indicam que o imunizante protege os animais de danos cerebrais e testiculares associados à infecção pelo vírus.
O estudo, financiado pela Fapesp, utilizou camundongos geneticamente modificados para induzir a produção de anticorpos. Os pesquisadores investigaram os efeitos da infecção em diversos órgãos, incluindo cérebro, rins e testículos. O pesquisador Gustavo Cabral de Miranda destacou a importância da vacina, especialmente em relação aos riscos da transmissão sexual do zika e suas potenciais consequências na saúde reprodutiva.
A vacina utiliza uma tecnologia de partículas semelhantes ao vírus (VLP), que não emprega o material genético do vírus em sua produção. Essa abordagem permite que o sistema imunológico reconheça a ameaça e produza anticorpos específicos. Apesar dos resultados promissores, Miranda enfatizou que ainda não há dados suficientes para avançar para testes em humanos.
O zika vírus, identificado no Brasil em 2015, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e pode causar sintomas como febre, erupções cutâneas e dor muscular. A prevenção continua a ser essencial, com medidas para evitar a proliferação do mosquito, como eliminar água parada.