Pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (IMar) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram a descrição e documentação anatômica de um feto de cachalote-pigmeu (Kogia breviceps), uma espécie rara e pouco estudada. O estudo, liderado pelo professor André Luis da Silva Casas e publicado na revista científica Anatomical Record, visa preencher lacunas no conhecimento sobre a anatomia fetal de cetáceos, que ainda é pouco explorada na literatura científica.
O feto, que foi extraído de uma fêmea que encalhou em Santos (SP) em 2000, foi analisado utilizando técnicas de imagem avançadas, como tomografia, evitando métodos tradicionais que poderiam danificar o espécime. A pesquisa revelou detalhes sobre o desenvolvimento esquelético e a estrutura dos órgãos, além de características diagnósticas da espécie, como o aparelho de ecolocalização.
O professor Casas destacou que a espécie é difícil de observar na natureza devido ao seu comportamento críptico, o que torna a documentação de sua anatomia ainda mais relevante. O estudo não apenas contribui para o entendimento da biologia do cachalote-pigmeu, mas também oferece novas perspectivas sobre a evolução e os padrões de desenvolvimento dos cetáceos em geral.