A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou a implementação de dois novos centros de pesquisa voltados para o desenvolvimento de nanotecnologia, com o objetivo de criar sensores aplicáveis na medicina e na agricultura. O projeto, aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), conta com a parceria de oito empresas, sendo sete brasileiras e uma norueguesa, abrangendo setores como agropecuária e biotecnologia.
Com um orçamento de aproximadamente R$ 40 milhões e duração inicial de cinco anos, o programa será dividido em três áreas: materiais, tecnologias viabilizadoras e computação quântica. Na Unicamp, os centros serão coordenados pelo Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) e pelo Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc). O coordenador da área de física, Daniel Ugarte, destacou que o projeto trará equipamentos de última geração, inéditos no Brasil.
Além das aplicações comerciais, como a fabricação de sensores para detecção de doping em atletas e monitoramento de nitrogênio no solo, o programa também prevê a formação de 350 novos cientistas por meio de bolsas de estudo para a pós-graduação. O projeto iniciou suas atividades em 1º de julho, embora ainda aguarde a liberação de recursos para infraestrutura e bolsas.
Ugarte enfatizou a importância desse investimento para a produção científica no Brasil, que enfrenta desafios devido à falta de recursos. Os novos centros de pesquisa prometem modernizar os equipamentos da universidade e possibilitar estudos que antes eram realizados apenas no exterior, contribuindo para o avanço da ciência no país.