Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) criaram um fungo magnético inovador, capaz de absorver poluentes da água, incluindo corantes da indústria têxtil. A tecnologia, que recebeu recentemente uma carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é resultado de um projeto iniciado em 2015, fruto da colaboração entre os departamentos de biotecnologia e física da universidade.
O fungo, que combina microrganismos naturais com partículas magnéticas, atua como um imã, atraindo e removendo poluentes de ambientes aquáticos. A pesquisadora Andressa Domingos Polli explicou que a patente abrange um nanobiocompósito que une o fungo endofítico a nanopartículas metálicas, permitindo a recuperação do microrganismo após o tratamento da água.
Os testes iniciais demonstraram uma eficácia de até 96,1% na descoloração de corantes poluentes, com uma taxa de 89% na reutilização do material. Além disso, a tecnologia mostrou-se não tóxica, garantindo a saúde do fungo utilizado. O pesquisador Júlio Cesar Polonio destacou que, embora a invenção tenha sido desenvolvida para resíduos têxteis, há potencial para a remoção de metais pesados e outros poluentes.
Com a aprovação da patente, os pesquisadores esperam que a tecnologia possa ser aplicada em escala industrial, contribuindo para a redução da poluição hídrica. No entanto, para que isso ocorra, será necessário apoio financeiro para expandir a pesquisa e desenvolver um sistema que permita a utilização do fungo em larga escala.