A União Europeia (UE) está avaliando um conjunto ampliado de contramedidas contra os Estados Unidos, à medida que as chances de um acordo comercial satisfatório diminuem. Diplomatas da UE relataram que países como a Alemanha estão considerando medidas "anti-coerção" que poderiam atingir serviços e outros setores norte-americanos, caso as negociações não avancem.
A Comissão Europeia, responsável por negociar acordos comerciais em nome dos 27 membros do bloco, enfrenta um cenário desafiador após a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 30% sobre as exportações da UE até 1º de agosto. Durante reuniões recentes em Washington, o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, destacou que tal tarifa "praticamente proibiria" o comércio transatlântico.
As negociações têm sido complicadas por propostas divergentes apresentadas pelos interlocutores dos EUA, que incluem taxas superiores a 10%. Além disso, a expectativa de flexibilização das tarifas norte-americanas sobre aço, alumínio e automóveis parece limitada, com Washington rejeitando a demanda da UE por um pacto de "suspensão" que impediria a imposição de novas tarifas após um acordo.
Atualmente, a UE mantém um pacote de tarifas sobre 21 bilhões de euros em produtos norte-americanos suspenso até 6 de agosto, enquanto se prepara para decidir sobre novas contramedidas que podem afetar 72 bilhões de euros em exportações dos EUA. A situação reflete um clima de crescente tensão comercial entre os blocos, embora a UE ainda prefira uma solução negociada.