A Ucrânia encaminhou, nesta terça-feira, um pedido à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), localizada em Haia, solicitando a abertura de uma investigação sobre o suposto uso de munições tóxicas proibidas pela Rússia em combate às suas forças. A solicitação ocorre após agências de inteligência da Holanda e da Alemanha afirmarem, na última sexta-feira, que possuem evidências do uso generalizado de armas químicas ilegais pela Rússia ao longo da linha de frente.
Fernando Arias, chefe da Opaq, informou ao Conselho Executivo da organização que, diante das alegações de uso frequente de agentes químicos perigosos, seu escritório intensificará o monitoramento das atividades na região do conflito. Ele também convidou a Ucrânia a discutir sua proposta com os Estados-membros, ressaltando que a aprovação da investigação dependerá da maioria deles.
A Opaq já havia estabelecido uma equipe de investigação em 2018 para apurar acusações de uso de armas químicas na Síria, onde tanto o governo sírio quanto militantes do Estado Islâmico foram responsabilizados. No contexto atual, a Ucrânia afirma que pelo menos três mortes de civis estão relacionadas ao uso de armas químicas, enquanto mais de 2.500 feridos relataram sintomas associados a esses agentes. O Reino Unido, por sua vez, sancionou dois indivíduos e uma entidade russa em resposta ao uso de armas químicas, reforçando a pressão sobre Moscou em meio ao conflito que se intensificou desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.