O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste sábado (19) a proposta de uma nova rodada de negociações de paz com a Rússia, agendada para a próxima semana. A iniciativa foi apresentada por Rustem Umerov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, que já liderou delegações em encontros anteriores. O objetivo é retomar o diálogo interrompido desde junho, após reuniões em Istambul que resultaram em acordos de troca de prisioneiros e devolução de corpos de soldados.
As últimas negociações ocorreram em 16 de maio e 2 de junho, e desde então, a Ucrânia recebeu mil corpos de soldados, enquanto a Rússia recebeu 19. Apesar das trocas, não houve avanços em um cessar-fogo. A Ucrânia rejeita as exigências russas, que incluem a cessão de 20% do território ucraniano e o reconhecimento da anexação de regiões como Crimeia e Donetsk.
Zelensky se mostrou aberto a uma reunião direta com o presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que uma cúpula em nível de liderança é essencial para a paz. A proposta ucraniana também inclui garantias de segurança, como a suspensão de ataques russos a infraestruturas civis e operações militares no Mar Negro. Até o momento, o Kremlin não respondeu à proposta, reiterando que apenas acordos concretos justificariam uma reunião entre os líderes.
Esse movimento diplomático ocorre em meio a pressões internacionais, com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçando sanções severas à Rússia caso um acordo de paz não seja alcançado em 50 dias. A União Europeia também aprovou um novo pacote de sanções contra Moscou, enquanto a OTAN expressou preocupação com as exigências territoriais da Rússia, destacando a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia em sua defesa.