Na última terça-feira (8), a Ucrânia formalizou um pedido à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) para investigar o suposto uso de munições químicas pela Rússia durante o conflito em curso. A solicitação foi apresentada ao Conselho Executivo da Opaq, após agências de inteligência da Holanda e da Alemanha divulgarem evidências que indicam o uso sistemático de armamentos químicos por tropas russas ao longo da linha de frente da guerra.
O diretor-geral da Opaq, Fernando Arias, durante uma reunião a portas fechadas com representantes de 41 países, afirmou que a organização pretende ampliar o monitoramento na zona de conflito, em resposta às denúncias recorrentes sobre o uso de agentes químicos perigosos. Arias convidou a delegação ucraniana a discutir o pedido diretamente com os Estados-membros, uma vez que a abertura formal de uma investigação requer aprovação por maioria simples.
O governo ucraniano, em documento obtido pela agência Reuters, solicita que a Opaq estabeleça um mecanismo independente e imparcial para investigar os casos de suposto uso de armas químicas no território ucraniano. Essa não é a primeira vez que a Rússia é acusada de utilizar agentes tóxicos no conflito, com denúncias anteriores sendo consideradas pela Opaq como "insuficientemente fundamentadas". A intensificação do conflito desde a invasão russa em fevereiro de 2022 gerou crescente preocupação internacional sobre o uso de armamentos ilegais.
Além disso, a Agência de Inteligência Militar da Holanda reportou que ao menos três soldados ucranianos morreram devido à exposição a agentes químicos, enquanto autoridades de saúde ucranianas relataram mais de 2.500 casos de combatentes com sintomas de intoxicação. Em resposta à situação, o Reino Unido anunciou novas sanções contra cidadãos russos e uma entidade do país, reforçando seu regime de punições contra o uso de armas químicas e a ofensiva russa na Ucrânia.