O UBS Wealth Management (UBS WM) avaliou que a atual desvalorização da taxa de câmbio brasileira pode ser revertida, caso o país avance na consolidação fiscal. A instituição destacou que a cotação do real é influenciada por uma combinação complexa de fatores, incluindo a recente ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% ao Brasil, o que torna as projeções cambiais desafiadoras.
De acordo com a análise do UBS WM, o "preço justo" do real, considerando variáveis internas e externas, seria de R$ 5,28 por dólar. Em um modelo que leva em conta apenas fatores globais, a moeda poderia ser cotada a R$ 4,30, sugerindo que a maior parte da depreciação atual é atribuída a fatores domésticos e ao prêmio de risco fiscal.
O banco também observou que, apesar da recente valorização do real, impulsionada por fatores externos como a queda do dólar global e a estabilidade dos preços das commodities, o cenário interno permanece incerto, especialmente em relação ao ajuste das contas públicas. Uma sinalização clara de compromisso fiscal por parte do governo poderia resultar em um "re-rating" da moeda, semelhante a movimentos observados entre 2003 e 2008 e de 2015 a 2017, quando o real se valorizou significativamente.
Por fim, o UBS WM ressaltou que, mesmo com a valorização parcial prevista para 2025, o real ainda está cerca de 20% abaixo da média histórica desde 1994, com apenas Argentina e Turquia apresentando níveis de depreciação mais acentuados entre os emergentes, indicando que há espaço para uma valorização adicional, caso o risco fiscal seja reduzido de forma estrutural.