A União Brasileira de Mulheres (UBM) protocolou um recurso na 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta terça-feira, visando a ampliação da pena imposta ao jogador Dudu, do Atlético Mineiro, por um episódio de misoginia contra Leila Pereira, presidente do Palmeiras. A entidade pede que a suspensão de seis partidas seja aumentada para dez e que a multa de R$ 90 mil seja elevada para R$ 100 mil.
A UBM, que atua em defesa dos direitos das mulheres, foi a responsável pela denúncia inicial contra Dudu, o que lhe confere legitimidade para recorrer. Carlos Nicodemus, advogado da UBM, destacou a gravidade do caso, afirmando que o ato impactou não apenas as mulheres, mas a sociedade como um todo. "Não pode o jogador denunciado se privilegiar de atenuantes que mitigam uma punição proporcional à infração que tem contornos de misógina," afirmou ao Estadão.
Este é o primeiro recurso da UBM, que já sinalizou que levará o caso ao Pleno do STJD caso o pedido não seja aceito. Além do aumento da pena, a organização também requer que Dudu faça uma retratação pública. O jogador já havia sido punido com seis partidas de suspensão e uma multa, mas sua defesa tentou um efeito suspensivo, que foi parcialmente aceito pelo tribunal, isentando-o do pagamento da multa.
Dudu não compareceu ao julgamento, enviando um vídeo com pedido de desculpas, o que gerou críticas de Leila Pereira, que o acusou de covardia. A presidente do Palmeiras celebrou a decisão do STJD, afirmando que a punição é um marco na luta contra a violência de gênero no esporte e que a sociedade não pode se calar diante de atos discriminatórios.