A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sancionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto alivia tarifas sobre produtos brasileiros, pode trazer ganhos políticos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A análise da LCA Consultores, divulgada nesta quinta-feira (31), destaca que a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes, considerado violador de direitos humanos, ocorre simultaneamente à retirada de cerca de 45% das exportações brasileiras da lista de produtos sobretaxados, incluindo aeronaves, laranja e petróleo.
Essa estratégia de Trump, segundo os consultores, alivia a pressão sobre setores econômicos essenciais, reduzindo o risco de que o tarifaço comprometa a popularidade do governo Lula. A retirada de itens como carne e café da lista de sobretaxados pode aumentar a oferta interna e conter a alta de preços, beneficiando o consumo das famílias brasileiras.
Além disso, a exclusão da Embraer do tarifaço diminui a necessidade de intervenção do governo federal para socorrer empresas afetadas, evitando a imagem de um governo à mercê de uma crise comercial. A medida também fortalece a retórica do Planalto, que pode usar a ofensiva internacional como prova de ingerência estrangeira sobre a Justiça brasileira, promovendo uma resposta coordenada entre o STF e o governo federal.
Por fim, a movimentação de Trump impacta o campo bolsonarista, reativando o embate com o STF, mas dificultando a narrativa de isolamento internacional do governo Lula. A análise sugere que, ao controlar o embate institucional e mitigar os danos econômicos das tarifas, Lula ganha espaço para consolidar uma imagem de liderança responsável e nacionalista.