O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de impor uma tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida, se concretizada, poderá afetar significativamente as receitas do setor agropecuário brasileiro, impactando diretamente os preços pagos aos produtores de itens como suco de laranja, café, carne bovina e frutas frescas.
De acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), a imposição da tarifa pode provocar desequilíbrios de mercado e desorganizar os fluxos comerciais internacionais. Os pesquisadores alertam que a articulação diplomática é urgente para rever ou excluir as tarifas sobre produtos agroalimentares brasileiros, destacando que a segurança alimentar dos Estados Unidos também depende do fornecimento brasileiro.
Os setores mais vulneráveis incluem o de frutas frescas, especialmente a manga, cuja janela de exportação para os EUA se inicia em agosto. A incerteza tarifária já gerou relatos de postergação de embarques. Além disso, a safra de uva, que começa a ser colhida em setembro, também enfrenta riscos de desequilíbrio entre oferta e demanda, pressionando os preços ao produtor.
No setor cafeeiro, a elevação do custo de importação pode comprometer a viabilidade econômica da cadeia produtiva nos EUA, que depende do café brasileiro. Pesquisadores do Cepea ressaltam que a exclusão do café do pacote tarifário é estratégica para a sustentabilidade da cafeicultura brasileira e a estabilidade do abastecimento norte-americano. A situação atual gera incertezas quanto às importações brasileiras de frutas frescas, tanto em volume quanto em origem, diante da nova conjuntura global.