O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou sua intenção de alterar a receita da Coca-Cola no país, substituindo o xarope de milho pelo açúcar de cana-de-açúcar. A proposta, que visa promover o uso de açúcar natural, gerou repercussão na imprensa e levantou preocupações sobre um possível aumento nos preços do refrigerante. Especialistas apontam que a mudança pode impactar o mercado de açúcar, especialmente considerando a recente tarifa de importação de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros.
O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de açúcar para os EUA, pode ver suas exportações afetadas pela nova tarifa. Atualmente, os EUA importam até 146,6 mil toneladas de açúcar brasileiro sem imposto, mas volumes acima desse limite enfrentam uma taxa de quase 80%. Analistas alertam que a combinação da tarifa e a mudança na receita pode tornar o açúcar significativamente mais caro para consumidores e importadores americanos, prejudicando a competitividade do produto brasileiro em relação a outros fornecedores como México e Guatemala.
Além disso, a produção de açúcar nos EUA é consideravelmente menor do que a de xarope de milho, com cerca de 3,6 milhões de toneladas de açúcar de cana sendo produzidas anualmente, em comparação a 7,3 milhões de toneladas de xarope. A decisão de Trump pode complicar ainda mais a situação, já que as indústrias de alimentos e bebidas nos EUA optaram pelo xarope de milho devido a seus custos mais baixos no passado. O impacto da tarifa e da mudança na receita ainda está sendo avaliado pelo setor, que busca entender as implicações para as exportações brasileiras e a competitividade no mercado internacional.