O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, conforme anunciado em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, que inclui um aumento de 40% sobre uma lista de mais de 700 itens, foi oficializada nesta semana, mas algumas exceções foram divulgadas, aliviando setores como aeronáutico, energético e agrícola.
As ações da Embraer, uma das principais empresas do setor aeronáutico brasileiro, reagiram positivamente à notícia, com um aumento de mais de 10% em seus papéis. A companhia estava preocupada com o impacto das tarifas, que poderiam elevar os custos em até R$ 50 milhões por aeronave, resultando em um impacto financeiro de até R$ 20 bilhões até 2030. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, comparou os possíveis efeitos do tarifaço aos desafios enfrentados durante a pandemia de Covid-19, quando a empresa viu sua receita cair em 30%.
O decreto também isenta produtos como suco de laranja, combustíveis, veículos e certos metais e madeiras da nova tarifa. As exceções foram publicadas no anexo da ordem executiva e entrarão em vigor imediatamente. Apesar do aumento de tarifas, a lista de isenções pode ajudar a manter a competitividade de setores estratégicos, evitando cancelamentos de pedidos e adiamentos de entregas.
Analistas destacam que o mercado de aviação, que já opera com margens financeiras apertadas, poderia enfrentar dificuldades adicionais caso as tarifas fossem aplicadas a aeronaves. No entanto, a decisão de isentar o setor pode proporcionar um alívio significativo, permitindo que a Embraer e outras empresas do setor continuem suas operações sem interrupções drásticas.