A legislação que rege o Federal Reserve (Fed), criada em 1913, não prevê explicitamente a possibilidade de demissão do presidente da instituição, Jerome Powell. Segundo decisões judiciais anteriores, a remoção de líderes de agências independentes só pode ocorrer por justa causa, o que limita a autoridade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre Powell. Apesar de rumores na imprensa sobre uma possível exoneração, Trump negou tais intenções, embora continue a criticar a atuação de Powell.
A expressão 'justa causa' refere-se à incapacidade de cumprir as funções do cargo ou a condutas inadequadas na gestão da agência. Contudo, a falta de precedentes torna difícil definir o que poderia ser considerado como tal. Recentemente, a Casa Branca lançou um ataque legal contra Powell, alegando irregularidades em uma reforma da sede do Fed, estimada em US$ 2,5 bilhões.
Um relatório do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, alertou que os mercados podem estar subestimando a ameaça à independência do Fed. Em maio, a Suprema Corte dos EUA reafirmou a autonomia da instituição, garantindo que seus membros têm proteção legal contra demissões sem justa causa, o que reforça a estrutura única do Federal Reserve, que se assemelha a entidades privadas na história econômica americana.