O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou sua batalha contra a imprensa na última semana, implementando quatro medidas que marcam uma escalada no confronto com veículos de comunicação. Entre as ações, destaca-se a decisão de processar e banir o Wall Street Journal, após o jornal relatar que Trump estava mencionado em documentos do Departamento de Justiça relacionados ao caso de Jeffrey Epstein. O veículo, que antes era aliado do presidente, agora enfrenta retaliações por suas reportagens.
Além disso, a agência de notícias Associated Press foi barrada de cobrir eventos na Casa Branca devido à sua recusa em se referir ao Golfo do México como Golfo da América. O programa de entrevistas de Stephen Colbert na CBS também foi cancelado, em meio a negociações de fusão que dependem da aprovação do governo. Em uma medida ainda mais drástica, o governo cortou US$ 1,1 bilhão em fundos destinados a veículos públicos de comunicação, afetando diretamente a National Public Radio (NPR) e a PBS.
Essas ações refletem uma tendência preocupante para a liberdade de imprensa nos Estados Unidos, que caiu de 41º para 57º lugar no ranking da organização Repórteres Sem Fronteiras desde a eleição de Trump em 2016. O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que também buscou controlar a comunicação estatal, é comparado a Trump em suas tentativas de influenciar a mídia, embora a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) não tenha alcançado a mesma audiência que a NPR e a PBS. A situação atual levanta questões sobre a autonomia e a independência das instituições de comunicação pública em ambos os países.