O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma ofensiva global visando a exploração de minerais estratégicos, colocando o Brasil em uma posição central nesse contexto. A medida ocorre em meio a tensões diplomáticas com o governo do presidente Lula, que se intensificaram após a ordem de Trump para expandir a produção de terras raras nos EUA, mirando países com grandes reservas, incluindo o Brasil. Esses minerais são essenciais para tecnologias avançadas e armamentos militares, reacendendo o debate sobre a soberania mineral brasileira.
Com até 23% das reservas conhecidas de terras raras do mundo, o Brasil já realiza a extração desses elementos em estados como Goiás e Minas Gerais. Especialistas, como o professor Sidney Ribeiro da Unesp, destacam que o conhecimento acumulado ao longo de décadas de pesquisa acadêmica posiciona o país como protagonista nesse setor estratégico.
A relação entre Brasil e Estados Unidos se tornou mais tensa com a possibilidade de um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros, anunciado por Trump para entrar em vigor em 1° de agosto. Em resposta, Lula defendeu a soberania mineral do Brasil durante um evento em Minas Novas, afirmando a necessidade de proteger os recursos naturais do país.
A ofensiva dos EUA não é isolada, já que Trump também assinou um decreto em março para aumentar a produção interna de minerais estratégicos, enquanto a China continua liderando a produção global. Recentemente, um encontro entre Gabriel Escobar, encarregado de negócios dos EUA no Brasil, e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) gerou desconforto diplomático, evidenciando a necessidade de que qualquer negociação sobre esses recursos seja conduzida pelo governo brasileiro.