O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no último sábado, 12 de agosto, a imposição de tarifas de até 50% sobre as exportações do Brasil, em uma medida que já gera preocupações entre especialistas e setores da indústria brasileira. A decisão, que também inclui tarifas de 30% para países como a União Europeia e o México, foi comunicada através de cartas enviadas a diversos países desde segunda-feira, 7 de agosto.
A tarifa de 50% é a mais alta entre as novas taxas divulgadas por Trump, que variam de 20% a 50% dependendo do país. A aplicação das tarifas terá início em 1º de agosto e visa, segundo Trump, corrigir o que ele considera uma relação comercial injusta entre os EUA e o Brasil. O presidente americano justificou a medida citando a necessidade de abordar déficits comerciais que, segundo ele, ameaçam a economia e a segurança nacional dos EUA.
A carta enviada ao Brasil menciona também questões políticas, referindo-se ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e alegando ataques à liberdade de expressão nos EUA. Especialistas, como o economista Paul Krugman, classificaram a decisão como uma ação política e punitiva, destacando que não há fundamentos econômicos que justifiquem uma tarifa tão elevada. A Confederação Nacional da Indústria do Brasil expressou preocupação com o impacto da medida sobre o emprego e a economia nacional, ressaltando que o Brasil tem enfrentado déficits comerciais com os EUA nos últimos 16 anos.