O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida que gera preocupações significativas na indústria siderúrgica de Minas Gerais. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) expressou sua apreensão, destacando que uma possível retaliação do Brasil poderia agravar ainda mais a situação do setor, que já enfrenta desafios devido a tarifas existentes.
Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, alertou que a retaliação poderia elevar os custos das importações brasileiras dos EUA, impactando diretamente a indústria de ferro-gusa. "As indústrias são complementares; retaliar aumentaria os custos de matérias-primas e componentes para várias empresas brasileiras", afirmou Roscoe durante coletiva de imprensa.
O economista Bruno Carazza, doutor em direito econômico pela UFMG, também comentou sobre a nova tarifa, afirmando que ela representa uma "porta se fechando" para os produtos mineiros, especialmente no setor siderúrgico, que já enfrenta tarifas de 50%. Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de aço bruto e semiacabado, respondendo por 30,1% da produção nacional em 2024, segundo o Instituto Aço Brasil.
Com a nova medida, Carazza prevê que o fechamento do mercado americano para os produtores mineiros resultará em uma diminuição da demanda, o que poderá levar a um excesso de oferta e alterações nos preços das commodities. Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro que mais exporta para os EUA, com produtos como café, ferro-gusa e carne bovina figurando entre os principais itens exportados no primeiro semestre de 2025.