O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que começará a valer em 1º de agosto. A medida pode impactar significativamente as exportações do Brasil, afetando itens como café, carne, suco de laranja, máquinas e petróleo, que são os principais produtos vendidos aos EUA. Especialistas alertam que a nova tarifa poderá resultar em uma queda drástica nas vendas brasileiras para o mercado norte-americano, o segundo maior destino das exportações do país, atrás apenas da China.
De acordo com análises, a tarifa não será cumulativa com as taxas já aplicadas a automóveis, peças, aço e alumínio. Produtos sob investigação, como semicondutores e farmacêuticos, continuarão isentos, assim como o petróleo e seus derivados. O banco BTG Pactual estima que a nova política de tarifas pode levar a perdas de bilhões de dólares nas exportações brasileiras, afetando diretamente setores como o cafeeiro e o de carnes, que já têm uma significativa participação no mercado dos EUA.
O café, maior produto de exportação do Brasil, teve vendas para os EUA que totalizaram quase US$2 bilhões no ano passado, representando 16,7% do total exportado. A nova tarifa pode encarecer o produto para os consumidores americanos, segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio. No setor de carnes, os EUA são o segundo maior mercado para a carne bovina brasileira, com exportações que geraram US$1,637 bilhão em 2022. Já no suco de laranja, os EUA representaram 41,7% das exportações brasileiras na safra 2024/25, com um faturamento de US$1,31 bilhão.
A CitrusBR, entidade do setor citrícola, alertou que a tarifa representa um aumento insustentável de 533% sobre os preços já existentes, o que poderá comprometer a competitividade do Brasil no mercado internacional. As consequências da medida de Trump ainda são incertas, mas a expectativa é de que a nova tarifa traga desafios significativos para as exportações brasileiras nos próximos meses.