O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que entrará em vigor em 1º de agosto. A medida, que afeta diretamente as exportações do Brasil, pode ter um impacto bilionário, considerando que, em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os EUA, representando 12% do total exportado. Os principais produtos afetados incluem petróleo e derivados, que somaram US$ 7,5 bilhões em 2023, além de ferro e aço, com exportações de US$ 5,3 bilhões.
A decisão foi tomada de forma unilateral pelo governo americano e está acompanhada de uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais consideradas desleais, conforme a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. Especialistas alertam que a nova tarifa pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, levando a uma desaceleração econômica no Brasil. Ecio Costa, professor da UFPE, destacou que a medida pode impactar negativamente a inflação e o emprego, uma vez que os EUA são grandes compradores de produtos industrializados brasileiros.
Além disso, a justificativa de Trump para a tarifa, relacionada a um suposto déficit comercial dos EUA com o Brasil, é contestada por economistas brasileiros, que afirmam que os Estados Unidos têm um superávit na balança comercial com o Brasil. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, classificou a afirmação de Trump como um equívoco, ressaltando que o Brasil é deficitário na relação comercial com os EUA desde 2009. A situação gera incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.