Uma nova fase da guerra comercial entre Estados Unidos e Brasil se intensifica com o anúncio do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que, em sua campanha para retornar à Casa Branca, declarou a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, que afetará diretamente as exportações nacionais, entrará em vigor em 1º de agosto de 2025.
O estado de São Paulo, responsável por quase um terço das exportações brasileiras para os EUA, será o mais impactado. Entre janeiro e junho de 2025, as exportações paulistas para o mercado norte-americano totalizaram aproximadamente US$ 6,4 bilhões, representando 31,9% do total nacional. Produtos como aeronaves, sucos de frutas, combustíveis e equipamentos industriais estão entre os principais afetados pela nova tarifa.
Além de São Paulo, outros estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul também enfrentarão perdas significativas, com percentuais de exportações afetadas que variam de 4,7% a 15,9%. A medida é parte de uma estratégia protecionista de Trump, que visa proteger o mercado interno dos EUA e pressionar seus parceiros comerciais em negociações.
Em resposta, o governo brasileiro formou um comitê interministerial para desenvolver estratégias diplomáticas e comerciais, enquanto empresas como a Embraer e cooperativas de sucos buscam alternativas para minimizar os impactos. A situação gera preocupações também nos EUA, onde líderes empresariais alertam sobre os riscos de aumento de preços e desestabilização das cadeias de suprimento. O Brasil poderá considerar ações de retaliação comercial, incluindo a aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica e a abertura de painéis na Organização Mundial do Comércio (OMC).