Em uma carta enviada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país enfrenta um déficit insustentável na relação comercial com o Brasil. No entanto, dados do Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, revelam que, nos últimos 17 anos, o fluxo de bens entre as duas nações tem favorecido os Estados Unidos, que exportam mais do que importam. Em 2025, a vantagem americana é de US$ 1,6 bilhão.
Trump argumentou que as tarifas anunciadas em 9 de outubro visam compensar barreiras tarifárias e não tarifárias impostas pelo Brasil, que, segundo ele, ameaçam a economia e a segurança nacional dos EUA. O ex-presidente destacou que essas tarifas são necessárias para corrigir políticas comerciais que, em sua visão, têm gerado déficits comerciais insustentáveis.
Contrapondo-se a Trump, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, defendeu a relação comercial entre os dois países, afirmando que o Brasil não representa um problema para os Estados Unidos. Alckmin ressaltou que, apesar do déficit americano em termos gerais, com o Brasil existe um superávit. Ele também destacou que a maioria dos produtos exportados pelos EUA para o Brasil não possui tarifas, o que torna a proposta de Trump injusta e prejudicial à economia americana.