A administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (21) a liberação de 230 mil páginas de documentos relacionados ao assassinato do líder dos direitos civis Martin Luther King Jr. Os arquivos, que incluem registros sigilosos de vigilância do FBI, foram desclassificados em cumprimento a uma ordem executiva assinada por Trump em janeiro, que também abrange documentos sobre as mortes de John e Robert Kennedy.
Os documentos, mantidos sob sigilo desde 1977, contêm memorandos internos do FBI e registros inéditos da CIA sobre a investigação do assassinato. A desclassificação foi coordenada entre o FBI, o Departamento de Justiça, os Arquivos Nacionais e a CIA. Segundo o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, os arquivos de King nunca haviam sido digitalizados e permaneceram esquecidos em instalações do governo federal por décadas.
A família de Martin Luther King Jr. expressou preocupação com a divulgação, condenando qualquer tentativa de distorcer o legado do ativista. Em nota, Martin Luther King III e Bernice King pediram que os documentos sejam lidos com empatia e respeito, destacando que King foi alvo de uma campanha de vigilância invasiva liderada por J. Edgar Hoover, violando seus direitos civis.
O assassinato de King ocorreu em 4 de abril de 1968, e James Earl Ray, que confessou o crime, foi condenado a 99 anos de prisão. A família King acredita que o crime foi resultado de uma conspiração maior, apoiando a conclusão de um júri em 1999 que indicou a existência de uma conspiração por trás do assassinato. A liberação dos documentos gera reações mistas, com críticas à transparência do governo Trump, mas também elogios, como os da sobrinha de King, Alveda King, que agradeceu pela medida.