O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta quarta-feira (23) sua posição sobre tarifas comerciais, afirmando que cederá em negociações tarifárias apenas se países como o Japão abrirem seus mercados para os produtos americanos. As declarações foram feitas após a assinatura de um novo acordo comercial com o Japão, que inclui a abertura de setores como automóveis e produtos agrícolas, além de um investimento bilionário do país asiático nos EUA.
Trump destacou que o Japão, pela primeira vez, está permitindo a entrada de veículos e produtos agrícolas americanos, o que, segundo ele, é resultado do "poder das tarifas". O acordo, considerado histórico, prevê um investimento de US$ 550 bilhões do Japão em indústrias essenciais nos EUA, como semicondutores e infraestrutura energética, e estabelece uma tarifa básica de 15% sobre as exportações japonesas.
Durante um evento sobre inteligência artificial, Trump mencionou que alguns países, sem especificar, poderão enfrentar tarifas de até 50%. O Brasil, atualmente, é o único país que já enfrenta essa taxa máxima. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, elogiou o acordo, atribuindo sua viabilidade a um "mecanismo inovador de financiamento" proposto pelo Japão, que permitirá a criação de novos capitais para setores específicos.
O pacto também inclui compromissos do Japão para aumentar em 75% as importações de arroz e adquirir produtos agrícolas americanos, além da compra de 100 aviões da Boeing. A Casa Branca considera o acordo um novo capítulo na cooperação bilateral entre os dois países.