O presidente Donald Trump declarou, neste sábado (28), sua intolerância ao processo judicial contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que os EUA não permitirão que o julgamento por corrupção prossiga. Em postagem na plataforma Truth Social, Trump argumentou que os EUA investem bilhões de dólares anualmente na proteção e apoio a Israel, questionando como é possível que Netanyahu, envolvido em negociações para a libertação de reféns do Hamas, seja obrigado a comparecer a audiências judiciais. A declaração ocorre após um tribunal israelense rejeitar, na sexta-feira, o pedido de suspensão das audiências por duas semanas, solicitado pela defesa de Netanyahu devido aos recentes conflitos na região. Trump já havia se manifestado publicamente em defesa de Netanyahu em junho, pedindo o cancelamento imediato do julgamento ou um indulto para seu aliado.
Trump justifica sua posição alegando que o processo judicial contra Netanyahu configura uma “caça às bruxas” contra um homem que se dedicou ao país. A defesa de Netanyahu argumentou que os “desenvolvimentos na região e no mundo”, incluindo a guerra com o Irã e o conflito em Gaza, justificavam o adiamento do julgamento. O processo, iniciado em maio de 2020, foi várias vezes adiado devido a conflitos na Faixa de Gaza e no Líbano, demonstrando a complexa interação entre política interna e externa em Israel. Analistas políticos apontam para uma crescente influência da política externa americana na esfera judicial israelense, gerando debates sobre a soberania nacional e a interferência estrangeira em assuntos internos. A postura de Trump demonstra a estreita relação entre ele e Netanyahu, e ressalta as tensões geopolíticas na região, com implicações para as relações EUA-Israel.
As declarações de Trump podem agravar as tensões entre os EUA e Israel, com potenciais consequências para a ajuda financeira americana ao país. A interferência pública de um líder estrangeiro em um processo judicial de outro país levanta preocupações sobre a soberania nacional e a independência do sistema judiciário israelense. As próximas semanas serão cruciais para observar a reação do governo israelense e a evolução do processo judicial contra Netanyahu. A situação evidencia um cenário complexo, onde as disputas políticas internas se entrelaçam com as relações internacionais e as implicações geopolíticas, demandando uma análise cuidadosa das repercussões a longo prazo para a estabilidade regional e a relação bilateral entre os EUA e Israel. A interferência de Trump levanta questões éticas e legais complexas que merecem ampla discussão.