O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (23) que as novas tarifas comerciais do país terão uma alíquota mínima de 15%, podendo chegar a 50%. O Brasil é o único país mencionado que poderá ser afetado pela taxa máxima, com a implementação prevista para 1º de agosto. A declaração foi feita durante uma cúpula sobre inteligência artificial em Washington.
Trump destacou que a alíquota mais alta será aplicada a países com os quais os EUA não têm mantido boas relações. O Brasil foi incluído na lista de alvos devido a críticas relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a alegações de práticas comerciais desleais. O governo americano já iniciou uma investigação que abrange o sistema de pagamentos Pix e o comércio na Rua 25 de Março, em São Paulo.
Em resposta, o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, está buscando medidas para mitigar os impactos econômicos. O Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda estão considerando a criação de um fundo temporário para apoiar empresas afetadas, especialmente no setor siderúrgico. Além disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin propôs uma comitiva interministerial a Washington para negociar um possível adiamento das tarifas e discutir contrapartidas comerciais.
O Brasil também está mobilizando esforços para sensibilizar consumidores americanos sobre os efeitos das tarifas nos preços de produtos como carne, suco de laranja e café. Enquanto isso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) expressou preocupação com os impactos imediatos das tarifas e defende o adiamento. O embaixador brasileiro na OMC, Philip Gough, criticou a medida como uma interferência política e afirmou que o Brasil utilizará todos os meios legais disponíveis caso as negociações não avancem.