O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (data) a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, com previsão de entrada em vigor em 1º de agosto. A decisão surpreendeu o mercado, uma vez que o Brasil havia sido inicialmente incluído em uma lista com tarifa de 10% e ainda mantinha negociações para evitar um aumento tarifário.
Analistas da Suno Research destacam que a medida é inesperada, considerando o papel dos EUA como segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por cerca de 12% das exportações brasileiras. Apesar de as exportações para os EUA representarem aproximadamente 2% do PIB brasileiro, setores que dependem desse mercado devem enfrentar impactos significativos devido à nova tarifa.
A decisão de Trump ocorre em um contexto de superávit na balança comercial dos EUA com o Brasil, o que normalmente reduziria a justificativa para medidas protecionistas. Economistas alertam que a tarifa pode gerar repercussões negativas na bolsa brasileira, especialmente para empresas exportadoras.
Três desdobramentos importantes merecem atenção: a possível retaliação do governo brasileiro com aumento de tarifas sobre importações americanas, as negociações que ainda podem ocorrer até 1º de agosto e a reprecificação de ativos relacionados ao setor externo, que pode criar oportunidades para investidores. O governo americano já sinalizou que responderá proporcionalmente a qualquer retaliação brasileira.