O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciando a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A carta, divulgada em uma rede social na quarta-feira (9), contém um parágrafo idêntico ao utilizado em comunicações com outros 21 países, o que levantou suspeitas de que o texto foi elaborado sem a devida verificação das informações. Trump justifica a medida com um suposto risco à segurança nacional dos EUA, alegando um déficit comercial insustentável, informação que se revela incorreta, uma vez que os EUA têm superávit nas relações comerciais com o Brasil desde 2009.
A comunicação de Trump critica decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e menciona o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas mantém um tom padrão em relação a tarifas, afirmando que a imposição é necessária para corrigir desequilíbrios comerciais. Fontes do Itamaraty classificaram a carta como um "copia e cola", indicando que o governo dos EUA não fez uma análise cuidadosa das informações apresentadas.
Em resposta, o governo brasileiro comunicou à embaixada dos EUA que a carta seria devolvida. Durante uma entrevista ao Jornal Nacional, Lula considerou a abordagem de Trump "inaceitável" e afirmou que o Brasil buscará a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a medida, enfatizando que não aceitará intromissões nas relações comerciais. A situação gerou repercussão internacional, com a imprensa destacando a postura agressiva de Trump e as implicações diplomáticas da decisão.