Organizações indígenas norte-americanas criticaram o ex-presidente Donald Trump na segunda-feira (21.jul.2025) após ele ameaçar bloquear a construção de um novo estádio de futebol americano em Washington, DC, caso o time local, Washington Commanders, não retorne ao antigo nome Redskins. As declarações foram feitas no domingo em sua plataforma Truth Social, onde Trump também pediu que o Cleveland Guardians, da MLB, voltasse a se chamar Indians.
Trump afirmou que existe um "grande clamor" para a restauração do nome Redskins, alegando que "nosso grande povo indiano" deseja essa mudança. Ele sugeriu que poderia interferir na construção do novo estádio, cuja inauguração está prevista para 2030, conforme acordo firmado em abril entre o time e o governo do Distrito de Columbia. O Washington Commanders joga em Landover, Maryland, desde 1997, mas planeja retornar à capital federal.
As manifestações de Trump reacenderam o debate sobre o uso de nomes e mascotes indígenas no esporte norte-americano. Tanto os Commanders quanto os Guardians mudaram suas denominações após pressões de grupos que consideravam os nomes anteriores ofensivos. A troca do nome Redskins ocorreu em 2020, após décadas de críticas, devido à sua associação com injúrias raciais.
A AAIA (Associação para os Assuntos Indígenas Americanos) e o NCAI (Congresso Nacional dos Índios Americanos) condenaram a posição de Trump, afirmando que esses mascotes perpetuam estereótipos. Em contrapartida, a Naga (Associação dos Guardiões Nativos Americanos) apoiou o ex-presidente, argumentando que a maioria dos americanos, incluindo indígenas, é contra a cultura do cancelamento. Apesar da ameaça, Trump possui poder limitado para interferir na construção do estádio, podendo apenas influenciar aspectos como financiamento federal e aprovações regulatórias.