A recente polêmica envolvendo Soham Parekh, engenheiro de software acusado de acumular múltiplos empregos em startups do Vale do Silício, trouxe à tona uma prática crescente entre trabalhadores remotos. Segundo uma pesquisa da Paychex de 2023, 40% dos profissionais estão conciliando dois ou mais empregos, com a Geração Z liderando essa tendência, com 93% dos jovens dividindo seu tempo entre diferentes empregadores.
Enquanto os trabalhadores veem nisso uma oportunidade de aumentar sua renda, com relatos de ganhos superiores a US$ 3 mil por dia, os empregadores expressam preocupações sobre a qualidade do trabalho e a falta de comprometimento. Especialistas em direito trabalhista afirmam que, nos Estados Unidos e no Reino Unido, não há uma legislação que proíba explicitamente a manutenção de múltiplos empregos, embora muitos contratos de trabalho incluam cláusulas que exigem dedicação exclusiva.
Nicolas Lakeland, advogado trabalhista, destaca que a responsabilidade de proteger os interesses da empresa recai sobre os empregadores, que devem revisar suas políticas e contratos para evitar conflitos de interesse. Peter Rahbar, especialista em questões trabalhistas, recomenda que os empregadores considerem a implementação de políticas claras sobre empregos paralelos e ofereçam salários competitivos, uma vez que a maioria dos trabalhadores busca empregos adicionais principalmente por questões financeiras.
A situação de Parekh, que revelou ter trabalhado 140 horas por semana por necessidade, exemplifica a pressão que muitos jovens enfrentam para maximizar seus ganhos em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e desafiador.