Em editorial publicado no último domingo (27 de julho de 2025), o jornal norte-americano The Wall Street Journal defendeu a libertação de Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil. A publicação alega que a prisão de Martins foi baseada em registros falsos da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, utilizados pelo Brasil como justificativa para sua detenção. Martins, acusado de integrar o núcleo da tentativa de golpe de Estado, foi preso em 2024 após a Polícia Federal encontrar uma lista de passageiros de um voo presidencial em um computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Martins, que já foi solto, enfrenta medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Durante seu depoimento em 24 de julho, ele afirmou que não embarcou no voo mencionado e que o nome na lista de passageiros se referia a um homônimo. O delegado Fábio Shor, que testemunhou em favor da defesa, indicou que o passaporte de Martins, supostamente extraviado, foi registrado pelas autoridades dos EUA, sugerindo que ele teria tentado obstruir as investigações.
O editorial do WSJ critica a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, por não ter esclarecido a situação dos registros de viagem falsos, que, segundo o jornal, comprometem a segurança nacional. Além disso, a publicação menciona tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas pelo governo Trump, associando-as à situação judicial de Bolsonaro e à alegação de déficits comerciais que, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, não correspondem à realidade.
O WSJ conclui que, apesar da deterioração da democracia brasileira ser preocupante, as ameaças de tarifas não impactaram Lula nem o Supremo Tribunal Federal. O jornal sugere que Trump deveria focar em uma investigação sobre os registros falsos antes de criticar a situação política no Brasil.