A revista britânica The Economist publicou, nesta quarta-feira (9), uma reportagem que destaca o retrocesso na política ambiental do Brasil, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Intitulada "Brasil ataca sua santa padroeira do meio ambiente", a matéria aponta a fragilização do Ministério do Meio Ambiente e o impacto negativo na imagem do país, especialmente com a COP30 se aproximando, prevista para 2025 em Belém (PA).
A reportagem menciona o episódio de 2 de julho, quando a ministra Marina Silva foi alvo de ataques verbais por parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária durante uma convocação na Comissão de Agricultura da Câmara. O tom agressivo dos deputados reflete a polarização crescente no debate ambiental brasileiro, onde interesses do agronegócio e a expansão dos combustíveis fósseis têm prevalecido.
Além disso, a publicação critica as concessões feitas pelo governo para aprovar medidas prioritárias no Congresso, como o novo marco do licenciamento ambiental, que, segundo especialistas, pode abrir brechas para corrupção. A Economist ressalta que a liberação de emendas parlamentares e a inclusão de contrapartidas em projetos ambientais são exemplos de como a governabilidade tem se sobreposto às políticas verdes.
Por fim, a revista alerta que o Brasil enfrentará cobranças rigorosas na COP30, e que a retórica de Lula sobre sustentabilidade precisa ser acompanhada de ações concretas. A reportagem conclui que, apesar de Marina Silva ser uma voz respeitada internacionalmente na defesa ambiental, ela enfrenta crescentes limitações devido às concessões políticas do governo que integra.