A revista britânica The Economist publicou um artigo na quarta-feira (9.jul.2025) denunciando que o Brasil está "arrasando as leis ambientais" e que o Congresso Nacional tem atacado a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por sua defesa do meio ambiente. O texto destaca que Marina enfrenta críticas de natureza "machista" em razão de sua oposição a um projeto de lei que, segundo especialistas, desmantelaria importantes regulamentações ambientais do país.
O projeto em questão, que deve ser votado na próxima semana na Câmara dos Deputados, isenta atividades de infraestrutura, mineração e agropecuária de "baixo ou médio impacto" da necessidade de avaliação ambiental formal. Isso, segundo a WWF (World Wide Fund for Nature), representa o maior retrocesso na legislação ambiental brasileira em quatro décadas.
A Economist também menciona uma audiência no Congresso onde Marina Silva foi alvo de insultos por quase sete horas, relacionando esses ataques ao aumento da influência do agronegócio e do setor de combustíveis fósseis no Legislativo. A fragilidade fiscal do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) é apontada como um fator que limita a capacidade do governo de confrontar o Congresso.
Ambientalistas, como Marcio Astrini do Observatório do Clima, alertam que, caso o novo licenciamento ambiental seja aprovado, a questão deverá ser levada à Justiça. "Não deixaremos de lutar pelo meio ambiente. Apenas contrataremos mais advogados", afirmou Astrini à revista britânica.