A escalada de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos reacendeu uma teoria entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que afirmam que os americanos poderiam "desligar o GPS" no território brasileiro como retaliação ao Supremo Tribunal Federal (STF). A especulação surgiu após o Departamento de Estado dos EUA revogar o visto do ministro Alexandre de Moraes, alegando uma suposta "caça às bruxas" contra Bolsonaro.
Entretanto, especialistas em tecnologia consideram essa hipótese altamente improvável e tecnicamente inviável. O comentarista Pedro Doria, em entrevista à CNN, destacou que interferir no sinal de GPS em uma área tão extensa quanto o Brasil, que possui 8,5 milhões de quilômetros quadrados, seria um feito de engenharia inimaginável. "Fazer isso 12 quilômetros quadrados por vez seria um trabalho colossal e contínuo", afirmou.
Além das limitações técnicas, Doria ressaltou que o mundo não depende exclusivamente do GPS há anos. Atualmente, dispositivos modernos utilizam o Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), que abrange não apenas o GPS, mas também sistemas como Galileu, Glonass, BeiDou, QZSS e NavIC. "Os celulares utilizam todos esses satélites, não apenas o sistema GPS", concluiu o especialista, desmistificando a teoria alarmista que circula entre os apoiadores de Bolsonaro.