Os ataques recentes de Israel e dos Estados Unidos ao Irã complicaram as negociações dentro do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A delegação iraniana, presente na cúpula que ocorre no Rio de Janeiro, exige uma manifestação mais contundente do bloco sobre a guerra e os ataques sofridos, além de propor uma mudança na terminologia utilizada para se referir a Israel. A situação gerou dificuldades nas discussões para uma declaração final em nome dos líderes políticos do grupo.
O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, está a caminho do Rio e deve participar das negociações, que se tornaram mais complexas devido à insistência do Irã em um tom mais forte no comunicado. A posição do país vai além do que o Brics pretendia abordar sobre os ataques aéreos que duram 12 dias e que impactaram diretamente o programa nuclear iraniano, resultando na morte de lideranças militares e cientistas.
A falta de consenso entre os membros do Brics se deve à resistência de algumas delegações em aceitar uma linguagem que mencione diretamente Israel e os Estados Unidos. Além disso, a cúpula também discute questões delicadas como a situação palestina e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brasil enfrenta desafios devido a objeções de países africanos. A declaração principal do Brics, embora enfática em relação ao multilateralismo, evitará menções diretas a figuras políticas como o presidente dos EUA, Donald Trump.