As tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Brasil se intensificaram nas últimas semanas, conforme apontado por um relatório do JPMorgan. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um pronunciamento formal alertando que as plataformas digitais devem respeitar as leis do país e que o governo está preparado para negociar ou retaliar diante da ameaça de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, proposta pelos EUA.
Em paralelo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, enviou uma carta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, expressando preocupação com o que considera um "tratamento terrível" ao Brasil e solicitando o fim de "ataques políticos e censura". O senador americano Lindsey Graham também mencionou o Brasil ao defender um projeto que permitiria tarifas de até 100% sobre países que importam petróleo e derivados da Rússia, um ponto que foi apoiado pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.
O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, destacou a dependência do Brasil em relação às importações de combustíveis refinados e fertilizantes da Rússia, que representam cerca de 40% e 30%, respectivamente, das importações brasileiras desses produtos. Economistas do JPMorgan alertam que o aumento do risco geopolítico pode impactar negativamente o crescimento do PIB brasileiro, embora mantenham suas previsões inalteradas por enquanto.
Além disso, pesquisas recentes indicam uma leve recuperação na popularidade do governo Lula, que pode estar relacionada à queda nos preços dos alimentos e à resposta do presidente às ameaças tarifárias dos EUA. Apesar das incertezas, os economistas ressaltam que a geopolítica pode influenciar cada vez mais as perspectivas econômicas e políticas do Brasil.