As relações entre os Estados Unidos e o Brasil enfrentam um novo capítulo de tensão, com a recente manifestação da embaixada americana em Brasília, que criticou a suposta "perseguição política" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A nota, divulgada nesta quarta-feira, ecoa declarações do presidente Donald Trump, que expressou apoio a Bolsonaro e afirmou que a situação atual desrespeita as tradições democráticas brasileiras.
A reação do governo brasileiro foi imediata, com o Itamaraty convocando o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para esclarecer a posição americana. A escalada nas tensões também refletiu nos mercados financeiros, com o Ibovespa caindo mais de 1% e o dólar se aproximando dos R$ 5,50, após semanas de desempenho positivo.
Paralelamente, Trump declarou que o Brasil "não tem sido bom" para os Estados Unidos e anunciou a intenção de divulgar novas tarifas sobre produtos brasileiros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que as declarações de Trump trazem um "grau de incerteza" que deve ser avaliado ao longo do tempo, enquanto o Brasil busca um diálogo técnico com o governo americano.
Analistas apontam que a recente retórica de Trump pode estar ligada ao encontro do BRICS, onde o grupo discute alternativas ao dólar. Essa nova dinâmica pode ter impactos negativos para as empresas brasileiras, especialmente as exportadoras, em um cenário de crescente descontentamento entre os dois países.