As relações entre Brasil e Estados Unidos se deterioraram após o Supremo Tribunal Federal (STF) impor medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto o governo americano anunciou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. Essa situação, segundo o cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getulio Vargas (FGV), reduz significativamente as chances de negociações sobre as tarifas de 50% impostas por Donald Trump aos produtos brasileiros.
Casarões destaca que a postura do governo dos EUA visa limitar as possibilidades de negociação com o Brasil, dificultando a remoção de medidas punitivas. Ele observa que a narrativa de perseguição política a Bolsonaro, similar à de Trump, pode fortalecer laços entre os dois líderes e reforçar a ideia de uma conspiração transnacional contra políticos de extrema direita.
O professor acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está acertando ao adotar uma postura mais assertiva em relação às ameaças de Trump, o que pode beneficiar sua imagem nas eleições de 2026. Contudo, ainda não está claro se as sanções contra Moraes substituirão ou complementarão as ameaças anteriores, que até agora têm fortalecido o governo Lula e desgastado o bolsonarismo. Casarões conclui que essa situação representa uma tentativa sem precedentes de interferência americana na democracia brasileira.