As tensões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se intensificaram nas últimas semanas, após a imposição de medidas cautelares ao ex-chefe do Executivo. Entre as restrições, estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acessar redes sociais, motivadas por eventos que se iniciaram com o afastamento de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL-SP, que se encontra nos Estados Unidos.
Eduardo anunciou sua licença do mandato em 18 de março, alegando a necessidade de defender seu pai, que é réu no STF por tentativa de golpe de Estado, e temendo sanções. Apesar de pedidos de congressistas do PT para a retenção de seu passaporte, o ministro Moraes negou a solicitação, seguindo a avaliação da Procuradoria Geral da República (PGR). A licença coincidiu com uma intensificação das articulações políticas em apoio a Bolsonaro nos EUA, incluindo manifestações de aliados do ex-presidente Donald Trump.
O ministro Moraes considera que os atos de Eduardo e de Bolsonaro configuram tentativa de obstrução de Justiça e afronta à soberania nacional. Com o fim da licença de Eduardo em 20 de julho, suas faltas na Câmara dos Deputados começam a ser contabilizadas, e ele pode enfrentar a cassação do mandato por ausência injustificada. Eduardo está sob investigação por sua atuação em ações contra o STF durante o governo Trump, e, caso permaneça nos EUA, pode solicitar asilo político, o que o protegeria de uma possível extradição ao Brasil.