O tenente-coronel Mauro Cid prestou depoimento nesta segunda-feira, 14, no Supremo Tribunal Federal (STF), onde afirmou que o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, fez modificações em um decreto com medidas de exceção a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Martins, que nega as acusações, teria apresentado os 'considerandos' do decreto em uma reunião com Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, nos últimos meses de 2022.
Durante seu depoimento, Cid, que atuou como informante, relatou que Martins saiu de um encontro com Bolsonaro no final de 2022 com o decreto 'rabiscado', indicando que o ex-presidente havia solicitado alterações no documento. Segundo Cid, as modificações incluíam propostas de prisão de autoridades e a convocação de novas eleições.
O tenente-coronel também afirmou que Martins participou de outras reuniões com Bolsonaro para discutir estratégias para reverter o resultado das eleições de 2022. Em depoimentos anteriores, Cid já havia mencionado a presença de Martins em encontros com o ex-presidente.
O advogado de Filipe Martins, Jeffrey Chiquini, questionou Cid sobre a falta de lembrança do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, em relação à participação de Martins nas reuniões. Cid reafirmou que tanto Martins quanto Freire Gomes estiveram presentes em algumas dessas discussões.