O tenente-coronel do Exército Rodrigo Bezerra de Azevedo prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (28 de julho de 2025), onde negou qualquer participação em um suposto plano para prender ou assassinar o ministro Alexandre de Moraes. Azevedo é um dos dez acusados no núcleo 3 da tentativa de golpe de Estado que ocorreu após as eleições de 2022.
Segundo a Polícia Federal (PF), Azevedo estaria envolvido em uma "ação clandestina" que utilizaria técnicas de "anonimização" para executar o plano, que fazia parte da operação "Copa 2022", idealizada pelo general da reserva Mário Fernandes. Durante seu interrogatório, o militar afirmou que não participou da ação e contestou a associação de seu celular ao codinome "Brasil", alegando que no dia 15 de dezembro de 2022, data prevista para a execução do plano, estava comemorando seu aniversário em casa com a família.
Azevedo expressou confiança em sua inocência, afirmando que o relatório da PF não apresentou evidências claras que comprovassem sua localização no dia do suposto crime. As investigações indicam que o golpe de Estado estava programado para o mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderia assinar um decreto de estado de sítio, visando anular as eleições e prender Moraes.
O inquérito da PF, que teve seu sigilo derrubado em 26 de novembro de 2024, revela que os membros do grupo "Copa 2022" estavam organizados em locais específicos para executar ações contra o ministro. A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) classifica os integrantes do núcleo 3 como responsáveis pelas operações de campo relacionadas à neutralização de autoridades, incluindo Moraes.